Levantamento da Firjan mostra contrastes entre os municípios vizinhos; Nova Mamoré aparece em Boa Gestão, enquanto Guajará-Mirim enfrenta maiores dificuldades. Estado de Rondônia tem 15% das cidades na lista nacional das mais insustentáveis.
O Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF) revelou um contraste interessante entre os municípios vizinhos de Nova Mamoré e Guajará-Mirim, em Rondônia. Apesar de ser mais jovem, Nova Mamoré apresentou resultados mais consistentes, ficando em posição de destaque estadual e nacional.
Comparativo entre Nova Mamoré e Guajará-Mirim

Nova Mamoré (RO)
- IFGF Geral: 0,7164 → Boa Gestão
- Ranking: 2.072º no Brasil | 31º em Rondônia
- Autonomia: 0,2780 → Gestão Crítica
- Gastos com Pessoal: 0,6152 → Boa Gestão
- Liquidez: 0,9722 → Gestão de Excelência
- Investimentos: 1,000 → Gestão de Excelência

Guajará-Mirim (RO)
- IFGF Geral: 0,5106 → Gestão em Dificuldade
- Ranking: 3.939º no Brasil | 48º em Rondônia
- Autonomia: 0,0695 → Gestão Crítica
- Gastos com Pessoal: 0,6954 → Boa Gestão
- Liquidez: 1,000 → Gestão de Excelência
- Investimentos: 0,2776 → Gestão Crítica
O que os números mostram
- Nova Mamoré, mesmo enfrentando fragilidade na autonomia fiscal, conseguiu equilibrar melhor suas contas, atingindo boa performance em liquidez, investimentos e gastos com pessoal. Isso a colocou em uma posição bem mais favorável no ranking estadual (31º) e nacional (2072º).
- Guajará-Mirim, por sua vez, ficou em Gestão em Dificuldade, com IFGF geral de 0,5106. O município vai bem em liquidez e gastos com pessoal, mas tem desempenho crítico em autonomia e investimentos, o que impacta sua posição (48º em Rondônia e 3939º no Brasil).
Rondônia no panorama nacional
Segundo levantamento da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), o estado de Rondônia aparece com 15% de seus municípios entre os mais insustentáveis do país em termos de gestão fiscal. Embora o índice seja menor que o de outros estados do Norte — como Roraima (60%) e Pará (47%) —, o dado reforça a necessidade de maior equilíbrio na administração financeira dos municípios rondonienses.

Perspectivas para os dois municípios
Especialistas apontam que o grande desafio de ambas as cidades é ampliar a autonomia fiscal. Para isso, é necessário fortalecer a arrecadação própria e reduzir a dependência de repasses externos. No caso de Nova Mamoré, o caminho passa por incentivar o pequeno produtor rural, valorizar a bacia leiteira, uma das mais vastas da região, e ampliar o aproveitamento da riqueza do agronegócio local.
Já Guajará-Mirim precisa voltar a investir de forma mais consistente, criando condições para diversificar sua economia e garantir mais independência financeira.
Mesmo sendo um município mais novo, Nova Mamoré se mostra mais avançado em gestão fiscal que Guajará-Mirim, segundo os dados do IFGF. O contraste revela que, dentro de um estado onde 15% das cidades enfrentam sérios problemas de sustentabilidade fiscal, é possível adotar estratégias para alcançar resultados mais sólidos e garantir maior equilíbrio nas contas públicas.
